A primeira paciente diagnosticada com o novo
coronavÃrus no Distrito Federal recebeu alta hospitalar e permissão para
ir para casa nesta terça-feira (16). A liberação ocorre 105 dias após a mulher,
de 52 anos, ter sido hospitalizada pela primeira vez para tratar da
Covid-19.
A informação foi confirmada pelo Hospital BrasÃlia,
unidade onde ela estava internada desde 18 de abril. A paciente foi o primeiro
caso grave da doença no paÃs e ficou quase três meses internada em uma Unidade
de Terapia Intensiva (UTI).
Ao deixar a unidade de saúde, a mulher foi aplaudida por profissionais que acompanharam o caso.
Segundo a Secretaria de Saúde, a mulher estava no grupo
de risco para o coronavÃrus, já que tinha comorbidades – doenças relacionadas –
que agravaram o quadro. Ela também chegou a respirar com a ajuda de
aparelhos e a fazer uma cirurgia na traqueia.
Cronologia do caso
A paciente foi internada em 4 de março, no Hospital
Daher. Ela havia retornado de uma viagem ao Reino Unido e à SuÃça, com o
marido, e apresentava febre, tosse e secreções. O primeiro teste deu positivo
para o novo coronavÃrus.
Em 6 de março, ela foi transferida para a UTI do Hospital
Regional da Asa Norte (Hran), porque a unidade particular disse não ter
estrutura para cuidar do caso.
No dia seguinte, o Ministério da Saúde confirmou, por
meio de contraprova, que tratava-se do primeiro caso de Covid-19 na capital.
No hospital público, a paciente passou por momentos de
instabilidade, com sucessivas pioras e melhoras no quadro. Isolada, ela foi
mantida em coma induzido por semanas.
Em 18 de abril, a paciente foi transferida para o
Hospital BrasÃlia. Segundo a unidade, ela já estava curada da Covid-19
desde 9 de abril, mas precisou ficar internada na UTI para tratar dos
distúrbios que já tinha.
Em 18 de maio, a mulher recebeu alta da UTI e foi
transferida para um quarto.
Em 16 de junho, ela teve alta hospitalar e recebeu
autorização para voltar a viver em casa.
O marido da paciente, também infectado, foi considerado como o segundo caso confirmado de coronavÃrus no DF. No entanto, ele não precisou ser hospitalizado e ficou em isolamento, em casa.
O empresário chegou a pedir à Justiça para deixar a
quarentena após 14 dias, mas o juiz só permitiu a volta às atividades normais
depois que ele fizesse um novo teste da Covid-19 e se o resultado desse
negativo. No dia 30 de março, fez um novo exame que deu negativo.
Por Afonso Ferreira e Pedro Alves, G1 DF